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O documento mais antigo que se conhece da Azinhaga, é o Foral concedido por D. Sancho II. A sua existência remonta aos primórdios da nossa aldeia.

 

Se o seu nome Azinhaga ou Azenhaga, provém do árabe Azzancha, derivação do termo "zanaca" (que significa caminho estreito, viela apertada entre montes, charnecas ou valados) então, a sua antiguidade é mais remota e transfere-se para épocas anteriores à fundação do Reino.

 

Durante o seu crescimento, a povoação acompanhou o sentido natural do Almonda. Foi, contudo, forçada a suspender o seu desenvolvimento, pois situava-se em pleno pântano, quase numa pequena ilha.

 

O desenvolvimento do lugar deveu-se a três razões:

 

1- O começo da drenagem dos pântanos, com o consequente aproveitamento das terras para a agricultura e pastorícia, sobretudo as do Infantado, sob orientação do Príncipe D. Fernando;

 

2- A evolução conseguida na utilização do Tejo, autorizando-se, nos diversos portos, o aumento do número de barcas para transporte entre as margens e/ou a capital, de passageiros, gados e mercadorias;

 

3- O uso mais frequente da estrada real Lisboa-Coimbra que passando perto da freguesia, cruzava o Almonda através de uma ponte existente a pouca distância da actual.

 

Na sequência da crise de 1383-1385, o Mestre de Avis, (como D. João I de Portugal), pagou as suas dívidas. Com a legenda "e melhor lhe dera se melhor houvera", o novo Rei presenteou o Dr. João das Regras, com a rica propriedade do Paúl do Boquilobo, às portas da Azinhaga.

 

Em 1609, o lugar tem 100 vizinhos, o que, segundo os técnicos, corresponderá a cerca de 400-500 habitantes. Terminada a epopeia dos Descobrimentos, os povos exigem espaço para se fixarem. O Rei, sempre olhado como intruso, legisla que " a navegabilidade dos grandes rios como o Tejo, o Mondego e o Douro, se proceda na intenção de estimular o comércio para benefício das regiões interiores". Procedeu-se portanto, à regularização dos braços do rio, limitação das alvercas e abertura programada das valas, conquistando-se assim terras para cultivo e noutra vertente, iniciando-se o retrocesso das maleitas associadas às regiões pantanosas.

 

A Azinhaga, em fins do séc. XVIII, "tinha uma população de 1500 habitantes e, como freguesia rural, o seu rendimento colectável era talvez o maior do País. Este desenvolvimento era assegurado pelas grandes Quintas das Casas de Lavoura, das quais se destacavam as propriedades de Rafael da Cunha, da família Serrão de Faria, instalada na povoação há 500 anos, e dos Condes de Rio Maior.

 

Todas estas propriedades e quintas, por compra ou herança, foram ao longo dos tempos dando origem às maiores Casas Agrícolas do Ribatejo. A casa Veiga é uma delas.

 

O facto mais importante para o estabelecimento da Azinhaga como ela é hoje, foi o final da Guerra Civil entre D. Miguel e D. Pedro. Este último, tinha decidido que as terras do Infantado seriam divididas pelo povo, que por ele se batera rijamente.

Foi criada assim, com o beneplácito régio, uma empresa a que foi dado o nome de "Companhia das Lezírias do Tejo e Sado". 

O resultado, foi que nunca o povo recebeu uma parcela das suas terras nem um avo dos seus lucros.

Na sequência do 25 de Abril, foi decidido venderem-se aos seareiros as "Praias", na proporção das terras arrendadas.

 

Tendo pertencido desde sempre aos "termos de Santarém" e depois, ao seu Concelho desanexada dele, a rica e próspera freguesia de Azinhaga foi incluída no novo Concelho da Golegã por decreto de 21 de Novembro de 1895.

Sexta-Feira de Páscoa

 

Na capela, onde poucos, por pequena, podem entrar, as mulheres oferecem-lhe as prendas das suas promessas, entre Avé Marias, Glórias e Padre Nossos murmurados com unção.

Após as orações do prior, oito homens, de capa encarnada, aproximan-se do andor. Quatro, amparados em grossos forcados, colocam-no aos ombros com esforço a nossa Senhora da Piedade. Os restantes ladeiam-nos, prontos a substitui-los quando cansados. Que a "imagem de pedra mal estofada", como alguém disse, pesa quilos que parecem toneladas. Apesar disso e da sua aparente fealdade, o povo ama-a ao ponto de se lhe dar em fé. E vê-a linda, linda sob o manto lilás que tão bem lhe fica.

Para a acompanhar, caminhada adiante na procura da Matriz, acende velas de cera, tantas que esmorecem o brilhofulvo das estrelas. É, estrada fora, a procissão das velas. Filarmónica atrás do andor, vibrando, com a voz

dos metais.

Primam-se foguestes de resposta à entrada do Cabo das Casas. Os homens descobrem-se respeitosos. As mulheres ajoelham e oram. Em cada lar, porta aberta para que a benção entre. Nas janelas, lamparinas de luz frouxa para lhe guiar o caminho. Na enorme Igreja, imagens em cada andor, os Santos aguardam a entrada da Senhora.

 

Conheça mais em www.aazinhaga.blogspot.pt

História de Azinhaga

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